Câmara Municipal de Pouso Alegre

Tipo: Anteprojeto de Lei

Data: 04/06/2020

Situação: Transformado em Projeto

Autoria: Dr. Arlindo Motta Paes

Assunto: DISPÕE SOBRE DENOMINAÇÃO DE LOGRADOURO PÚBLICO: RUA TENENTE ARLINDO PEDRO DA SILVA (*1936 +1984).

Texto: Art. 1º Passa a denominar-se Rua Tenente Arlindo Pedro da Silva, a atual "Rua 05, com início na Avenida Francisco Cândido Xavier (antiga Via Noroeste) e término na Rua 6, no bairro Vale Santo Antonio. Art. 2º Revogadas as disposições em contrário, a presente Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificativa: Arlindo Pedro da Silva 3º Filho de José Pedro da Silva e Maria Geralda da Silva, Nasceu em 03 de maio de 1936, no bairro mais pobre da época, de Santos Dumont MG. Pelas dificuldades que a família passava, aos 10 anos largou os estudos e começou a trabalhar em lavouras. Conseguiu um serviço de entregador de marmitas e depois de recados da telefônica local. Após a 2 guerra mundial, sua família mudou para Juiz de Fora MG, onde foi trabalhar em um posto de gasolina e como ajudante de transporte de caminhão. Aos 12 anos já dirigia caminhões, ajudava na oficina mecânica e era um apaixonado por carros e motores. Com o passar dos anos, foi balconista de Farmacia, até se alista no exército. No exército foi classificado com temperamento otimista, de fácil trato, simples, sereno e responsavel, sendo destinado para trabalhar na casa do General de Brigada Américo Braga Filho, como cuidador seu pai, o idoso, General de Exército Américo Braga. Alguns anos depois, após a morte do idoso, seu filho o General Américo Braga Filho, sensibilizado com a ligação de afeto e carinho, entre seu pai e o então cabo Arlindo, lhe deu como missão estudar para prestar provas para sargento do exército. A partir deste momento, Arlindo retomou os estudos tendo aulas particulares dentro do quartel e estudando em casa. Seu pai contava que em um sábado por volta da meia noite, parou um carro grande e preto em frente da sua humilde casa. Desceu um senhor de terno que se identificou como o General Américo Braga Filho, perguntado do cabo Arlindo. Seu pai falou que ia chamar, e o General pediu para acompanhá-lo, pois queria ver se o Arlindo estava estudando ou dormindo. Ao entrar no quarto, o Cabo Arlindo estava estudando á luz de velas. O General cumprimentou-o e falou que se ele não tivesse em casa, seria preso no dia seguinte, por não aproveitar a oportunidade que lhe fora dada e desperdiçar seu tempo. Em 1957, apesar de haver dezenas e até centenas de vagas para sargento nas Armas do Exército, sua paixão por carros e motores falam mais auto. É aprovado para Sargento do Exército na Arma de Motors, com apenas 3 vagas, para dar manutenção nas viaturas e trabalhar nas oficinas do exército. Ao terminar o curso volta para trabalhar em Juiz de Fora, sendo algum tempo depois, transferido para ser o Chefe de Manutencão da Oficina, em Pouso Alegre, no 14 Grupo de Artilharia de Campanha. Em 1962, conhece sua esposa, Maria Lúcia da Motta Paes, Casando-se em 18 outubro de 1964, tendo 3 filhos: Arlindo César, Lúcia Cristina e Fabrício. No final de 1969 é transferido para o 4 Batalhão de Engenharia em Itajubá. Em 1974 é transferido para o 5 Batalhão Logístico, em Curitiba, onde trabalhava na 4 seção ( administrativo e Secretaria), por escrever, ler e falar sem um erro de português. Em 1978, quando da visita do General de Exército Serpa ao 5 Batalhão Logístico, o Sargento Arlindo se apresenta ao General, no qual foi motorista e ordenança, quando o General era Capitão em Juiz de Fora. No final deste ano o General Serpa o transfere de volta para Pouso Alegre, para servir na 4 Divisão de Artilharia AD/4, na antiga Remonta, como Chefe de Manutenção e Oficina, e motorista do General. Em 1980 o então General de Exército Serpa, 1* na hierarquia militar, braço direito do Presidente General João Figueiredo, em pronunciamento discorda do auto comando, sendo reformado (aposentado). Passa á morar em uma fazenda da família em Antônio Carlos / MG. Todos os militares que diretamente ou indiretamente, pudessem estar ligados ao General Serpa, passaram a desprender preocupações em relação ao futuro. Em reconhecimento à amizade e apreço ao General Serpa, o Sargento Arlindo, mantém sigilosamente, contato através de cartas e cartões. Quando era questionado pela família do risco que corria, o mesmo sorria e dizia: “ Não sou ingrato! “ Militar exemplar, com conceito excelente, amigo, leal, conciliador, justo, honesto, ativo e dinâmico, sendo assim reconhecido pelos pares, subordinados e superiores. Assim também foi assim classificado por seus dois últimos Comandantes, General de Divisão Anápio e General de Divisão Pacheco, para os quais era ordenança, motorista e segurança armada. Apaixonado por esporte, fez a quadra de vôlei e drenou, o campo de futebol da AD/4, em frente a rua Alferes Augusto Gomes Medela, campo que após sua morte recebeu nome. Aos finais de semana acostumava assistir jogo de Bocha na antiga área do Mercado Freitas, passando a linha de trem e acompanhar campeonatos de futebol Amador no Campinho do Vasco, onde conhecia todo mundo. Quando o Hospital Samuel Libânio ou algum conhecido precisava de sangue, motivava os soldados para fazerem doação, levava-os e doava também. Sempre dinâmico e apaixonado por motor de carro, aos finais de semana amava desmontar o motor do próprio carro, para fazer alguma coisa, mesmo não precisando. Participava ativamente de atividades dos moradores da rua São José e proximidades. Na época de Copa do mundo, reunia toda a rua para enfeitá-la. Em 1983, aos 46 anos de idade, após um Teste de Aptidão Física (TAF), sente falta de ar e tem como diagnóstico um câncer de pulmão. Dizia que se oferecêssemos a dor que sentimos, para aliviar as dores maiores das pessoas, Deus abençoa, e a dor que sentimos, passa. Muito religioso não reclamava das dores, apenas ficava trocando olhares com uma Face de Cristo, que o acompanhou até os seus últimos momentos de vida, sua mão fechada, a segurava. Faleceu no dia 20 de Fevereiro de 1984, no posto de 1ª Tenente. Foi sempre presente e amoroso com os filhos, esposa, família e amigos, sempre disposto a ajudar.